sábado, 23 de abril de 2022

Oscar Grau – Porto Alegre e Santa Maria

Depois em Porto Alegre, onde (Oscar Grau) estudou Música

Devem ter ficado por um curto período na Colônia Barão do Truinfo, pois creio terem vivido vários anos em Porto Alegre, durante os quais Oscar Grau completou sua formação em Música, conforme a anotação de Elsa Lippold. Certamente, não foi no Instituto de Bellas Artes do Rio Grande do Sul – atual Instituto de Artes da UFRGS – que foi fundado em 1908 e seu Departamento de Música no ano seguinte.

No final do século XIX havia em Porto Alegre intensa atividade musical em organizações como a Sociedade Filarmônica Porto-Alegrense (1878), o Instituto Musical Porto-Alegrense (1896), logo transformado em Club Haydn (1897), além de várias estudantinas e bandas musicais.

O principal objetivo dessas sociedades de concertos era apromoção cultural e recreativa. Vários de seus integrantes ministravam aulas particulares de instrumentos musicais.[1]

Oscar Grau pode ter completado e aprimorado sua formação musical como aluno nessas aulas

particulares, durante o período em que a família permaneceu em Porto Alegre.

Flajolete

Em Porto Alegre, Oscar exerceu sua profissão de músico. Uma foto em estúdio da capital, no final da década de 1890, junto com um violinista, o jovem Oscar Grau, supostamente com 18 anos, porta um instrumento de sopro. Segundo o professor Gérson Werlang, do Departamento de Música da UFSM, trata-se de um flajolete, de rara
ocorrência no Brasil. Essa raridade é um indicativo de que Oscar teria trazido o instrumento quando imigrou, seis anos antes, e que, portanto, já estudara Música em sua terra natal.

O flajolé ou flajolete (do francês flageolet) é um instrumento de sopro da família das flautas. 

Flajolete - Catálogo 1900 de New York Jeweler

O fato de os músicos terem ido a um estúdio fotográfico para posarem com seus instrumentos é indício de que formavam um dueto e, possivelmente, se apresentavam em recitais ou em cafés e restaurantes, como era usual.

Talvez esse período tenha sido de uns sete anos, pois é possível que a mudança para Santa Maria tenha ocorrido na passagem do século.

Alguns anos mais tarde veio para Santa Maria  

Revisão equivocada

Quanto à migração para Santa Maria, há um absurdo erro de revisão no livro acima citado, onde está escrito, à p. 113, “entre fim do século XVIII e início do XIX”. Em meu texto original, eu havia adotado números arábicos, seguindo uma tendência em jornalismo, para tornar o texto mais acessível aos leitores não afeitos aos números romanos. Mas a revisora da Editora/UFSM converteu todas as citações de séculos para números romanos, atendendo à norma da instituição. Nessa conversão cometeu os erros.

Eis, então, o texto correto:

Em data não conhecida, entre o fim do século XIX e início do século XX, August Oskar, seus pais, seu irmão Karl e suas duas irmãs mudaram-se para Santa Maria.

Casou-se com Elvira Cassel

Na nova cidade, Oscar trabalhou, inicialmente como torneiro de madeira. Em 9.4.1904, aos 25 anos, casou com Elvira Cassel, 20 anos, filha de Carlos Cassel e Auguste Wihelmine Brenner Cassel.

Oscar Grau e Elvira Cassel Grau com seus dois primeiros
 filhos Elsa com 2,5 anos e Walter com 1 anos de idade.
  

Tiveram oito filhos: Elsa, a primogênita, autora do manuscrito que orienta parte deste trabalho, Walter, Erwin, Gerda, Carlos Júlio, Werner, Augusto Otto e Edith. O penúltimo filho, Augusto, faleceu com três anos de idade.



Fontes:

Arquivo pessoal

BRENNER, José Antonio - Os Cassel de Santa Maria-desde o Glantal. Ed.UFSM, 2010.

Prof. Gerson Werlang - Dep. Música/UFSM

[1] http://www.rem.ufpr.br/_REM/REMv12/01/conservatorio_belasartes_riograndedosul.html#nota1

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