Com subtítulos extraídos do manuscrito de Elsa Grau Lippold
De diversos cantos ele fez a música.
Fez uma valsa para o centenário de Santa Maria.
A produção
de Oscar Grau como compositor não se restringiu à marcha 28 de Março cuja partitura pertence ao acervo de seu neto, o Prof.
Eros Roberto Grau. Supostamente, a marcha 28
de Março se referia ao jornal com esse nome do Clube Caixeiral
Santa-Mariense, que remete à data da solene instalação de sua primeira sede, em
28 de março de 1886.
Pautas iniciais da Marcha 28 de Março |
Tal ato não constituiu a fundação da cidade que, de fato, ocorrera pouco mais
de 16 anos antes, em outubro ou novembro de 1797, com a instalação do
acampamento da comissão portuguesa dos demarcadores de limites entre terras de
Portugal e Espanha. Esse acampamento, no local onde hoje está a Praça Saldanha
Marinho, gerou a povoação e deve ser considerado como fundação de Santa Maria.
A placa (foto) foi afixada na fachada da torre sul da catedral onde ainda se
encontra, pondo à vista pública, há 108 anos, um erro histórico.
O descerramento da placa foi noticiado pelo jornal A Federação, de Porto Alegre, na edição
de 26.5.1914, página 8. O Diário do
Interior, de Santa Maria, em notícia de 16.5.1914, revela que os estudantes
locais estavam sendo ensaiados por Oscar Grau para cantarem o Hino Rio-Grandense,
em desfile. Ambos os eventos foram parte do programa comemorativo do “falso
centenário de fundação”.
Citei a atuação de Oscar Grau como regente em Os Cassel de Santa Maria..., p. 114, quando, nas comemorações do Dia da Independência, em 7.9.1916, ele regeu uma orquestra e um coral de estudantes do Colégio Elementar. Ele também era o regente de uma orquestra que se apresentava no Café Guarany, em frente à Praça Saldanha Marinho.
Trabalhou até poucos dias antes de
falecer
O Professor Oscar Grau
trabalhava intensamente. Além de sua atividade como professor de Música, maestro, técnico
em pianos e pianista nas sessões de cinema mudo, era ativo integrante das
associações locais de matriz cultural alemã: Deutscher Männergesangverein ‘Teutonia’, Turnverein Jahn e Lieder
Kranz (Associação de Canto) fundada em1903. Essa talvez tenha sido a
primeira em que ele atuou, aos 24 anos, organizando seu piquenique. O local
escolhido foi o bosque junto ao Vacacaí-Mirim, possivelmente na chácara de 60
hectares de Peter Brenner, que era usada também por outras sociedades, com
fácil transporte por trem, a 3 km da estação.
Foto de Oscar Grau na EMEF que tem o seu nome |
Oscar Grau faleceu no dia 12 de junho de 1929, em sua residência à Praça Júlio de Castilhos, hoje Av. N. S.ra das Dores. Tinha apenas 50 anos de idade.
Escola
Uma justa homenagem foi
prestada ao músico, compositor e professor que tanto contribuiu para a cultura
santa-mariense, nos âmbitos musical e social. Seu nome foi dado a um
estabelecimento público de ensino, a Escola Municipal de Ensino Fundamental
Oscar Grau, na Rua Ivorá, sub-bairro Vila Schirmer. Foi construída em terreno
de 1.440 m², composto de quatro lotes doados pelos irmãos Paulo e Carlos
Cassel, sobrinhos de Elvira, esposa do Prof. Oscar Grau.
Em 6.11.2004, a EMEF Oscar Grau realizou um programa em homenagem ao seu patrono, nos 126 anos de seu nascimento, ocorridos um mês antes. Estiveram presentes os filhos do Patrono Walter, Carlos e Werner Grau, com suas esposas; as filhas Elsa Grau Lippold e Edith Grau Souza; e, com sua esposa, o neto Prof. Dr. Eros Roberto Grau, na época Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Fontes:
Arquivo pessoal
Acervo do Prof. Eros Roberto Grau
Diário do Interior - ed. 16.5.1914 (Arquivo Hist. Mun. S.M.)
A Federação - ed. 26.5.1914
A Razão - ed. 6.11.2004
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