Norma nasceu em Santa Maria, em 6 de maio de 1913, filha de
Ernesto Seibel e Rosalina Peuckert Seibel. O pai, natural de Santa Cruz do Sul,
estabeleceu-se como fabricante de móveis, em Santa Maria, onde casou com a
santa-mariense Rosalina Peuckert, filha do comerciante Celestino Peuckert. A
residência da família ficava na Rua 7 de Setembro, esquina Borges do Canto.
Norma, aos 14 anos, no pátio da Marienschule. Ao fundo, a Igreja São José. |
Muito cedo, talvez com seis ou sete anos, Norma iniciou seu
aprendizado em violino, em Santa Maria, com professor particular. No internato,
em Porto Alegre, ela continuou a praticar o manejo do instrumento e, em 1925,
com 11 anos, prestou exame de admissão no Instituto de Bellas Artes do Rio
Grande do Sul (atual Instituto de Artes da UFRGS). Foi então classificada para
o 3º ano de Violino e 1º ano de Teoria e Solfejo.
Durante o seu período escolar na Marienschule, ela estudou música, durante sete anos, formando-se
em Teoria e Solfejo, em 1927. Em 1928, concluiu o 6º ano de Violino, aprovada
com distinção, grau 10, que lhe valeu um diploma de Menção Honrosa. Após ter prestado exames finais, em 30.11.1931, Norma Seibel concluiu o 2º ano de História da Música e o 9º ano de Violino, sendo “aprovada
plenamente com grau 9” conforme consta em seu diploma.
Em 23.12.1930, foi fundado o Centro de Cultura Artística de
Santa Maria-CCA, que 10 dias depois teve aclamada sua diretoria: presidente, Luiz
Schmidt Filho; vice-presidente, João Belém (autores da iniciativa); orador, João
Bonuma; secretário, Fernando do Ó; tesoureiro, Garibaldi Poggetti. Esse último era
diretor do Instituto Musical Araújo Vianna, na Rua Floriano Peixoto esquina
Marquês de Maricá,[1]
sede do CCA. O objetivo era desenvolver o conhecimento e o apreço pelas
artes promovendo reuniões quinzenais com apresentações de música, pintura,
escultura e literatura.
Já formada, Norma Seibel participou da 12ª sessão de arte do
CCA, em março de 1932. Conforme o mesmo jornal, ela mereceu os maiores elogios
da platéia, quando “em bela reafirmação de um excepcional talento artístico,
sobejamente demonstrado no manejo mágico do arco, executou Rêverie de Schumann e Rapsódia
Húngara de Hauser.”[2]
Trechos do texto de Fernando do Ó sobre Norma Seibel, em C.C.A., revista do Centro de Cultura Artística, edição de 25.12.1932. |
Notícias do Diario do
Interior revelam que algumas reuniões seguintes foram organizadas “com
admirável senso artístico por Norma Seibel, talentosa violinista patrícia.” O
jornal comenta que na reunião de 25.5.1932, “Norma Seibel, com aquele espírito
fino de artista, revelado em outras ocasiões, presidiu, com admirável senso
artístico, a distribuição dos números da
noitada de arte. Pena que, por um requinte de modéstia, não quisesse tomar
parte [...] Violinista de méritos incontestáveis, a jovem artista patrícia é
uma afirmação magnífica de talento realizador.”
Ao violino. Foto publicada em C.C.A. e em A.T.C., ed. 1.11.1933. Photogr. Koehn. |
Mas na reunião do CCA, em 29.6.32, Norma Seibel executou Romanza de Max Reger, [3]
e Zingaresca, de Pablo de Sarasate,
na qual esteve admirável. O Diario do
Interior destacou a “arcada firme, espírito que sente o trabalho que interpreta,
desvendando a alma do compositor nas suas nuanças todas – Norma portou-se como
era de se esperar: magistralmente!”
Quando foi eleita Rainha do Tênis, havia mais de um ano que
ela lecionava violino às alunas da Escola de Artes e Ofícios Santa Teresinha,[4]
da Cooperativa dos ferroviários.
Norma foi professora naquela escola feminina, de 15.3.1932 a
1º.3.1936, quando pediu demissão, certamente, em razão do casamento, que seria celebrado
três meses depois.
Casou em 30.5.1936, sábado, com Octavio Silvestre de
Oliveira, natural de Coimbra, Portugal, que exercia a direção contábil da
citada Cooperativa. O casal teve a filha Maria Thereza, nascida em 7.7.1937.
Em novembro de 1938, como parte do programa comemorativo dos
25 anos da Cooperativa dos ferroviários, Norma apresentou-se na Associação dos
Empregados da Viação Férrea, acompanhada ao piano por sua irmã Ilma
Seibel.
Norma conservou zelosamente seu violino no qual tocava, em reuniões familiares, acompanhada ao piano por sua filha Maria Thereza.
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Fontes:
Diario do Interior - Hemeroteca do Arquivo Histórico Municipal.
C.C.A. - Hemeroteca da Casa de Memória Edmundo Cardoso.
Acervo pessoal de Octavio Oliveira da Silveira.
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