Joaquim Junqueira Rocha. Foto extraída de Monte Domecq, 1916. |
Encerrando esta
série de postagens, apresento o quinto ex-presidente ausente na galeria de
fotos do A.T.C.
Joaquim Junqueira Rocha
Foi presidente do
Avenida Tênis Clube, eleito na assembleia geral de 15 de março de 1925,
sucedendo a Oswaldo Cordeiro de Farias.
Porém, como
vice-presidente, na gestão anterior, comandou o clube por vários meses,
na ausência do titular. Exerceu a presidência pelo menos desde agosto de 1924,
em razão da ausência, por tempo indeterminado, do então presidente, o tenente Oswaldo Cordeiro de Farias. Esse militar exilara-se na Argentina após
participar de um levante tenentista e, a seguir, juntou-se aos rebeldes
liderados por Luiz Carlos Prestes, que formaram a Colunas Prestes.
Joaquim Junqueira
Rocha nasceu em Santa Maria, em 1887, filho de Manoel Marques da Rocha e
Bertholina Junqueira Rocha. Era sobrinho de Ernesto Marques da Rocha,
intendente municipal em 1923, e primo-irmão dos médicos Francisco e José
Mariano da Rocha.
Com 25 anos de
idade, casou, em 25.12.1912, com Esther Coimbra Marques, de 19 anos. O casal
teve cinco filhos, nascidos em Santa Maria: Helly (14.5.1914), Balbino
(16.6.1915), Ivanisa (1.8.1916), Alcione (2.5.1918) e Icleia (23.3.1923). O
segundo filho, Balbino Marques da Rocha, médico cirurgião e ginecologista,
trabalhou por mais de 50 anos nos hospitais de Porto Alegre e notabilizou-se
com escritor e poeta regionalista.
Comerciante
Junqueira Rocha,
desde jovem foi ativo e bem-sucedido comerciante. Aos 25 anos era sócio da
firma Gastal & Rocha, que comprou, em 1912, a loja A Preferivel, em frente
à Praça Saldanha Marinho, esquina Rua Venâncio Aires.
Em 30 de junho de 1914, Junqueira Rocha realizou nova sociedade, a J. Rocha & Cia., com o fazendeiro Luiz Gonçalves das Chagas. Mudou a loja para a 1ª Quadra da Rua do Comércio nº 12, onde está hoje o Edif. Bechara, nº 1318 da Rua Dr. Bozano, cujo térreo é parte da Casa Eny Feminina.
Em 1918, transferiu-se para o sobrado em frente, nº 19, onde hoje está o Edif. Imembuí, nº 1305. A Preferivel era uma das principais casas comerciais da cidade. Operava no ramo de tecidos, artigos de bazar, modas, confecções, miudezas e perfumes.
Além de bem-sucedido
comerciante, Junqueira Rocha desenvolvia intensa atividade social. Em janeiro
de 1918, era presidente da Sociedade Carnavalesca dos Pyrilampos e, em 1921,
foi eleito presidente do Clube Caixeiral Santamariense. Após seu mandato no
Avenida Tênis Clube, Junqueira Rocha voltou à presidência de Clube Caixeiral,
em 1926 e 1927.
Junqueira Rocha
esteve ligado à história do Avenida Tênis Clube, desde os primórdios.
Não há registro de
quando ele se associou ao clube, mas a assembleia geral de 20.8.1917, presidida
pela vice-presidente Aracy Pinto de Azevedo, realizada na residência de seu
pai, o Dr. Astrogildo de Azevedo, deliberou convidar Junqueira Rocha e Aura
Pinto de Azevedo, mãe de Aracy, para padrinho e madrinha do Avenida Tênis
Clube.
Inauguração da quadra
No mês seguinte, em 16.9.1917,
domingo, foi inaugurada a primeira quadra de tênis do clube, na Av. Rio Branco.
Às 14 horas, sócias e sócios do A.T.C.
reuniram-se na residência de Junqueira Rocha, na Rua dos Andradas, de onde
partiram, em grupo, para a quadra. Conforme o Diario do Interior, “às 16 horas de domingo, perante avultada
concorrência de exmas. sras. srtas. e inúmeros cavalheiros, foi inaugurada a pelouse do Tennis Avenida Club, servindo
de paraninfos a exma. sra. d. Aura Azevedo e o sr. Junqueira Rocha, e que
primeiro lançaram a bola no espaço, iniciando o jogo no qual tomaram parte as
sócias e sócios inscritos.”
Gestão
A assembleia geral
de 15 de março de 1925, que elegeu Junqueira Rocha como presidente, foi realizada
na sede do Avenida Tênis Clube, na Praça do Mercado, a atual Saturnino de Brito.
A vice-presidente era Camille (Mimi) Philbert, filha do belga Jules Philbert,
chefe da contabilidade da Viação Férrea.
Assinatura em ata do Avenida Tênis Clube |
Na gestão de
Junqueira Rocha, em exercício e como presidente, foram registradas as atas de
uma assembleia e de três sessões de diretoria, essas realizadas no Clube
Comercial, fundado dois anos antes e instalado no pavimento superior da loja A
Preferivel. A assembleia homenageou os ex-presidentes eng.
Antonio Azevedo, sócio benemérito, e o ten. Cordeiro de Farias, ambos momentaneamente na cidade.
As demais atas revelam a realização de um torneio interno para “desenvolver o
esporte o mais possível e despertar maior interesse entre os jogadores” e
também a visita do Concordia Tênis Clube, de Cachoeira, que jogaria um torneio
previsto para outubro de 1925.
Além de serem
escassos os registros em atas, faltam, na hemeroteca do Arquivo Histórico
Municipal de Santa Maria, as edições dos anos 1924 a 1926 do Diario do Interior, também inexistentes
em outros acervos. O Correio da Serra,
jornal santa-mariense da época, nenhuma notícia publicou sobre o clube. Assim,
não foi possível obter mais dados.
Fontes:
Arquivo Histórico Municipal
de Santa Maria:
Diario do Interior, edições de 18.9.1917 e 28.11.1918.
Casa de Memória Edmundo
Cardoso:
MONTE
DOMECQ, Ramón. O Estado do Rio Grande do
Sul. Barcelona: Estabelecimento Graphico Thomas, 1916, p.484.
COSTA,
Alfredo Rodrigues da (org.). O Rio Grande
do Sul, vol. II. Porto Alegre: Officinas Graphicas da Livraria do Globo,
1922, p.210.
Fototeca.
Livro nº 1 de atas do Avenida Tênis Clube.
Ofício de Registro Civil das
Pessoas Naturais – Santa Maria. Liv. Casam. 7, fl. 119. Liv. Nascim. Nos
12, 13, 14 e 19.
Um comentário:
Presidente Benner.
Excelente pesquisa, ótimo texto. Mais uma vez, meus parabéns.
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