terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A morte do Coronel Niederauer – 142 anos

O Cel. Niederauer retratado em
tela por Juan Amoretti, em 1993.
     Neste dia 13 de dezembro de 2010, lembramos a morte do Cel. João Niederauer Sobrinho, em 1868, há 142 anos. O herói santa-mariense nascera na Colônia Alemã de Três Forquilhas, hoje Itati, perto de Torres, em 4 de abril de 1827. Desde a adolescência, viveu em Santa Maria, onde ingressou na Guarda Nacional, participando de várias campanhas militares. Atuante na política local, foi presidente interino da Câmara de Vereadores e o mais votado para a 3ª Câmara Municipal, em 1864, não tendo assumido porque partiu para a guerra da qual não voltaria. Mesmo ausente, foi o mais votado para a 4ª Câmara, em 7.9.1868, três meses antes de sua morte.
Depois de 14 combates e duas batalhas, na Guerra do Paraguai, quando demonstrou reconhecida bravura e competência, o Coronel Niederauer faleceu, em 13 de dezembro de 1868, com 41 anos de idade. Após a vitória em Avaí, quando percorria o campo de luta, para socorrer os feridos, ele foi atacado por um soldado inimigo. Foi sepultado no cemitério de Villeta e seus restos mortais jamais foram encontrados.
Deixou a esposa, Maria Catharina, e os filhos Delfina, João, Gabriela, José Garibaldi e Adelaide, essa última com 3 anos e 10 meses, que o Cel. Niederauer não chegou a conhecer. A família vivia na Sotéia, importante elemento de nosso patrimônio edificado, que hoje não mais existe.

O monumento ao Cel. Niederauer está vandalizado,
com os ornatos de bronze arrancados.
     Oito anos após sua morte, a cidade o homenageou dando seu nome a uma rua central: Rua Coronel Niederauer. Durante os festejos do Centenário da Independência, foi inaugurado o monumento com a herma do herói, erguido pela mobilização comunitária e hoje vandalizado, sem conservação.
O exército não esqueceu o grande guerreiro e o homenageou com a denominação histórica da 6ª Brigada de Infantaria Blindada – a “Brigada Niederauer”. Essa unidade está abrigada no mais antigo quartel do exército na cidade, inaugurado em 21 de abril de 1913.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Primeiro romance policial

O santa-mariense Hipolito Machado foi o autor do primeiro romance policial publicado no Brasil, escrito individualmente. Com o título Os ladrões do Val de Buia, o livro foi uma edição da Livraria do Globo, Porto Alegre, em 1933.
Houve um romance policial anterior, intitulado Mistério, escrito coletivamente pelos escritores Coelho Neto, Medeiros e Albuquerque, Afrânio Peixoto e Viriato Corrêa. Publicado como folhetim, em 1920, no antigo jornal carioca A Folha, o romance tornou-se livro em 1921, pela editora Monteiro Lobato & Cia., de São Paulo. Porém Mistério foi uma obra coletiva enquanto Os ladrões do Val de Buia teve autoria individual. Tal condição é afirmada pelo escritor Tailor Diniz, que declarou “não ter conhecimento de que, antes de 1933, algum escritor brasileiro tenha publicado individualmente e em livro romances do gênero policial.” E o bibliófilo Waldemar Torres atestou que Os ladrões do Val de Buia “é o primeiro romance policial de nossa história literária, publicado em livro.”
Capa da primeira edição, em 1933, e foto do autor, Hipolito Machado.

Hipolito Machado nasceu em Santa Maria, em 11 de junho de 1896. Bancário de profissão, ele foi também professor de contabilidade e autor de vários livros publicados e de alguns inéditos. O romance policial Os ladrões do Val de Buia é ambientado na Quarta Colônia de Imigração Italiana, em Silveira Martins e na localidade de Val de Buia, a 25 km de Santa Maria.
O livro foi reeditado pela Câmara Municipal de Vereadores de Silveira Martins, com lançamento na Feira do Livro de Santa Maria, em 2006.
Mais informações em meu artigo no jornal A Razão, edição de 4.12.2010, ou no site http://www.arazao.com.br/edicoes.php no link ‘edição impressa’.