quinta-feira, 18 de junho de 2009

180 anos da imigração dos Brenner


Friedrich Karl Brenner, o genearca da minha família, na linha paterna, nasceu em 23 de junho de 1784, na cidade de Birkenfeld, na região de Hunsrück, distante 6 km da margem esquerda do Rio Nahe, afluente do Reno. Ele era músico e tecelão de linho, em Birkenfeld, onde casou, em 24.2.1810, com Maria Dorothea Margaretha Kunz. Ela nascera 6 km ao sul, em 14 de agosto de 1788, em Hof Werdenstein, junto a Hoppstädten.
Ocupada pelas tropas francesas, desde 1792, a região pertencia à França, por tratado, desde 1795, e o registro de casamento foi escrito em francês: Acte de Mariage. A primeira filha do casal que conhecemos, Philippine, nasceu em 1814, ainda sob domínio da França. Os outros filhos, Juliana, Karl e Carolina, nasceram após a libertação, entre 1819 e 1826, quando a cidade era sede do Principado de Birkenfeld, pertencente ao Grão-Ducado de Oldenburg.
No final de 1828, Friedrich Karl Brenner decidiu emigrar para o Brasil, tendo providenciado a documentação já em outubro daquele ano.



Há exatos 180 anos, Friedrich Karl Brenner, sua esposa e quatro filhos chegaram à Colônia Alemã de São Leopoldo. Hillebrand registrou a chegada, em 19 de junho de 1829, quando o vilarejo de São Leopoldo, que começara a se formar havia quatro anos, tinha poucas casas.
O registro não cita os veleiros transoceânico e costeiro que transportaram a família. Cita, porém, que eram de religião evangélica e que sua pátria era Oldenburg. Mas esse Grão-Ducado, ao qual Birkenfeld pertencia, ficava a 500 km ao norte. Eram, então, súditos de Oldenburg, mas naturais de Birkenfeld. Cumpridor das leis brasileiras, Hillebrand escreveu os nomes em português, mas os filhos foram batizados como Theresia Elisabeth Philippine, Juliana, Karl e Carolina Christiana. Na data da chegada, essa última tinha 3 anos e não 5, e a esposa tinha 40 anos e não 36.
A figura acima é um recorte do registro, no qual Hillebrand acrescentou outras anotações, datando a morte de Friedrich Karl, em 22 de agosto de 1843, em Campo Bom, linha colonial onde a família se estabeleceu. Anotou também que a inditosa Juliana morreu com apenas 10 anos de idade, em 19.9.1829, menos de três meses após a chegada, e que o primeiro filho brasileiro, Johann, nasceu em 10.11.1830.
Um ano após, nasceu Peter Brenner, em 15.11.1831, na colônia de Campo Bom. Depois de casado, ele mudou-se, em 1857, com a esposa e duas filhas para Santa Maria, onde viveu por mais 68 anos, conhecido por Pedro Brenner, gerando extensa descendência: uma das duas linhagens dos “Brenner de Santa Maria”.