Stromberg
Eram todos naturais
da aldeia de Stromberg, no Hunsrück, 10 km a oeste do histórico porto de Bingen
sobre o Reno, muito movimentado, desde o tempo dos romanos. Stromberg foi citada pela primeira vez em documento, no ano de 1344,
mas teve início muito antes, ao pé do Stromburg, um castelo do século X, demolido pelo Arcebispo de Mainz, em 1116. Foi depois reconstruído, tornando-se a morada do audaz cavaleiro Hans Michael Elias von Obentraut (1574-1625). Hoje transformado em hotel, Stromburg é um dos principais endereços da gastronomia, na Alemanha.
No nordeste da Região do Hunsrück, Stromberg é próxima do porto de Bingen o que reforça a suposição da viagem pelo Reno até Amsterdã, com embarque no veleiro holandês Epaminondas. |
Em Stromberg, ainda
hoje uma pequena cidade de 3.200 habitantes, são extraídos a céu aberto os
minérios de ferro limonita e goetita. Stromberg e Stromburg têm seus nomes
associados ao Guldenbach,
um arroio torrentoso (Strom) que se precipita de uma altura de 160
metros num trecho de 8 quilômetros.
Parte de Stromberg, ao pé do Stromburg, um castelo medieval. À direita, a Talstrasse, Rua do Vale, no centro histórico. |
Emigração
Pode-se imaginar a dramática situação em
que Weber se encontrava para arrojar-se à longa, penosa e perigosa viagem, com
a esposa em avançado estado de gravidez e três crianças, entre 3 e 5 anos de
idade, com destino a um país desconhecido, no outro lado do grande oceano.
Inicialmente, em pequeno veleiro pelo Reno, desde o porto fluvial de Bingen até
Amsterdã. Depois, cruzando o Atlântico, supostamente no veleiro trimastro
holandês Epaminondas (Hunsche & Astolfi 2004), que partiu de Amsterdã, em 7.7.1827, chegando ao Rio 83 dias
depois, em 28.9.27. No primeiro mês dessa travessia, nasceu Jakob. Após três
meses e meio, a maior parte desse tempo, certamente, alojados na Armação da Praia Grande (hoje Niterói), partiram para o Sul no bergantim
costeiro Conceição Imperador, em
12.12.27.
Imigração
Quando chegaram à Colônia Alemã de São Leopoldo, em 16 de dezembro de 1827, Johann
Lüdger Weber tinha 35 anos, sua esposa Anna Maria Wittmann, 26 anos. E os
filhos Johann Ludwig, 5 anos; Andreas, 4; Clara, 3 e Jakob, cerca de cinco
meses. Integravam a mais numerosa leva dos primeiros sete anos da imigração alemã,
559 pessoas transportadas em dois barcos costeiros.
Weber instalou-se como padeiro na então nascente povoação de São
Leopoldo, iniciada pelos colonos. Em 1829, ali nasceu João Weber, o último
filho do casal imigrante.
Johann Lüdger Weber morreu afogado em São Leopoldo, com 39 anos, em 28.1.1832,
deixando cinco filhos menores, entre 2 e 9 anos e a jovem viúva Anna Maria, com
30 anos, que dois anos depois casou com o padeiro Georg Haas.
O nome do genearca foi escrito de forma variada, nos registros
católicos em Santa Maria e São Leopoldo, referentes a batismos de seus netos e
ao casamento de seu filho Andreas: João
Lauderio Weber, João Eleutherio
Weber, João Lotarius Weber, tentativas de traduzir o segundo prenome. Em sua única assinatura conhecida ele escreveu Littger em vez de Lüdger. Ambas as formas são encontradas na Alemanha, o que traz dúvida sobre o verdadeiro nome de Weber.
Assinatura na antiga escrita alemã, no registro de casamento em Stromberg, em 5.5.1821. Weber assinou Littger em vez de Lüdger, citado no documento. |
Juliana Katharina Bohrer Weber, aos 78 anos, em casa de seu genro Pedro Balduino Brenner. |
Jakob Weber, após o falecimento de sua primeira esposa, Joana Bopp, casou, em
19.5.1859, com Juliana Katharina Bohrer, nascida em Lomba Grande, em 30.6.1838,
filha do casal de imigrantes Friedrich Bohrer e Anna Maria Engers.
Logo após o
casamento, o casal mudou-se para Santa Maria, onde Jakob estabeleceu-se com
selaria. Alguns anos depois, em 1866, Jakob Weber foi um dos fundadores da
Comunidade Evangélica Alemã. O casal teve oito filhos: Anna Sofia, Christiana,
Alberto, Lindolfo, Elíbio, Carlos, Júlia, Luiz e Maria Paulina. Júlia, chamada
Julinha, casou com Pedro Balduíno Brenner, meus avós paternos.
O irmão mais moço, João Weber, casou em Santa Maria, em 9.9.1858, com
Joanna Sophia Niederauer, irmã do heroico Cel. Niederauer.
Um comentário:
Prezado Prof. José Antônio Brenner,
estou pesquisando a leva de 1827 em que os weber estavam presentes.
Tens alguma ideia se a viúva Maria Catharina Weber (nascida jacoby) era parente do Johann Lüdge Weber? Estavam na mesma leva. Fico ao dispor (ademar.fey@gmail.com).
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