Mais um ex-presidente do Avenida Tênis Clube, não incluído
na galeria de fotos:
Antonio Rodrigues de
Azevedo
Eng. Antonio Rodrigues de Azevedo |
No Avenida Tênis
Clube
Proposto e admitido sócio do Avenida Tênis Clube, na sessão
de 3.6.1922, logo conquistou o apreço e a estima do quadro social, por sua
capacidade de liderança e experiência administrativa. Nove meses depois, foi eleito
presidente do clube, na assembleia geral de 15.3.1923, realizada no Clube Caixeiral.
Em sua primeira sessão de diretoria, em 22 de abril, foi decidida
a mudança para a Praça do Mercado, com a construção de três quadras de tênis e
pavilhão social.
Também ficou decidido instalar uma sede provisória para
convívio, reuniões e esportes de salão, em um prédio da Primeira Quadra da Rua
do Comércio que, no fim do ano seguinte, seria rebatizada Rua Doutor Bozano. A
inauguração ocorreu na tarde de 3 de maio que, à época, era o feriado
comemorativo do Descobrimento do Brasil. Muitos sócios compareceram ao ato que
se estendeu com jogos de pingue-pongue, xadrez e outros. Essa sede continuou
muito movimentada, sendo ali disputado um campeonato de pingue-pongue.
Em 18 de maio, o presidente Azevedo oficiou ao Intendente
Municipal, pedindo que fosse concedida ao A.T.C. “por tempo indeterminado, a área
atualmente desocupada e existente na Praça do Mercado, para nela construir os
melhoramentos que deseja.” Anexou o projeto com as quadras esportivas e o
pavilhão social, elaborado pelo escritório local da Cia. Construtora de Santos.
Desenho com base em descrições e fotos. |
Praça do Mercado era o nome popular de uma área sem qualquer
tratamento paisagístico que fora doada ao Município, em 1900, para a construção
de um mercado, o que nunca ocorreu. Em 1913, foi oficialmente denominada Praça
15 de Novembro, nome não adotado pela população. Era limitada pelas ruas do
Comércio (Dr. Bozano), Duque de Caxias e Cel. Niederauer. A leste limitava com
particulares, e somente anos depois foi aberta ali a rua que tomou o nome de
Ernesto Marques da Rocha, por coincidência o intendente que concedeu o uso da
área ao A.T.C.
Em agosto, o projeto foi exposto na vitrina da Chapelaria
Americana, na Primeira Quadra, atual Calçadão. Para a obtenção dos recursos
necessários, foi lançado um plano de empréstimos pelos sócios, por meio de
apólices, restituíveis por sorteio, que teve pleno sucesso.
Inauguração
Perante grande número de pessoas,
a nova sede foi inaugurada, na noite de 15 de dezembro de 1923, sábado, um fato
marcante na cidade, então com pouco mais de 15 mil habitantes. O ato inaugural
foi seguido de um baile animado pela banda "Choro da Aviação". O Diario do Interior, no dia seguinte,
noticiou que “constituiu notável acontecimento no mundo desportivo e social
santa-mariense a inauguração solene, ontem realizada, da confortável praça de
esportes do Avenida Tênis Clube e do elegante pavilhão destinado à sua sede social,
levantado na Praça do Mercado”. Destacou os materiais da construção das
quadras, com pedra britada, carvão, areia e terra argilosa.
Trecho de notícia no Diario do Interior. (Arq. Hist. Munic.) |
Espirobol |
No domingo, foi jogado um torneio
com o Bagé Tênis Clube, como parte do programa inaugural, disputando a “Taça Santa
Maria” oferecida por Joaquim Junqueira Rocha. Venceu o A.T.C., por 3 a 1.
Em reconhecimento ao importante
trabalho de Antonio Azevedo na presidência do A.T.C., ele foi declarado sócio
benemérito e seu nome foi dado à quadra nº 1 do clube.
Sede na Praça do Mercado. À direita, o portão de acesso pela Rua Doutor Bozano e parte do pavilhão social. (Acervo Casa de Memória Edmundo Cardoso) |
Ao fundo da quadra nº 1, a placa denominativa: PELOUSE DR. AZEVEDO |
Por ocasião da transferência do eng. Antonio Rodrigues de Azevedo para o Rio de Janeiro, uma festa de despedida foi realizada no
clube, em 19.3.1924, quando foi instituída a “Taça Dr. Azevedo”.
Durante muitos anos, o eng. Azevedo continuou
vivo na memória do clube. O jornal A.T.C.,
de 23.12.33 homenageou o ex-presidente, proclamando: “Um dia tudo mudou.
Progresso, três pelouses, pavilhão, salão de festas, conforto, jardins, tudo
muito chique. [...] Quem fez esse prodígio? Todos sabem. Seu nome está lá no
alto de uma pelouse.”
Não está mais, a denominação da quadra foi mantida no
posterior período na Praça da República, mas homenagem e a placa foram indevidamente
descartadas nas instalações da Av. Dois de Novembro.
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